A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu em flagrante um homem de 22 anos por usar as redes sociais para compartilhar imagens vazadas dos corpos de artistas como Marília Mendonça e Cristiano Araújo e Gabriel Diniz. A ação fez parte de Operação Fenrir, que tem como objetivo reprimir crimes cometidos na internet.
A Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos do DF deflagrou a operação como parte de uma investigação que tinha como objetivo identificar administradores de perfis em redes sociais que compartilharam fotos e vídeos dos cadáveres desses artistas.
Segundo a Polícia Civil, as imagens foram obtidas de forma ilegal e "distribuídas de forma indiscriminada na internet". A conduta pode ser classificada como vilipêndio de cadáver, crime que tem como pena detenção de um a três anos, além do pagamento de multa.
O homem de 22 anos foi alvo de um mandado de busca e apreensão. No local, foi determinada a prisão em flagrante do suspeito, por usar o Twitter para compartilhar as imagens dos artistas.
Registros fotográficos do laudo de autópsia da cantora Marília Mendonça foram amplamente divulgados nas redes sociais nos últimos dias. O vazamento das imagens, que mostram detalhes do corpo da cantora após o acidente de avião que causou sua morte, causou indignação em fãs, familiares e colegas.
A família da cantora decidiu entrar com uma ação na Justiça para buscar esclarecimentos e requerer uma indenização. As imagens da necropsia da goiana — registradas pelo Instituto Médico Legal em novembro de 2021 — começaram a ser compartilhadas na na última quinta-feira (13). A veiculação das fotografias configura um crime previsto pelo Código Penal.
Os primeiros indícios apontam que as imagens foram captadas de um computador dentro de uma unidade policial, como relata ao GLOBO uma pessoa próxima à família de Marília Mendonça. Uma investigação interna, promovida pela Superintendência de Informações e Inteligência Policial da Polícia Civil de Minas Gerais, já está em curso.
— Isso tudo estourou ontem (quinta-feira, dia 13) no fim do dia. Então tudo ainda está começando a ser apurado — afirma, ao GLOBO, uma fonte que acompanha o caso, e que prefere não ser identificada. — O que não há dúvidas, por enquanto, é de que a foto tenha sido vazada de dentro da polícia. Foi feito um print do próprio computador interno, e esse é o maior indício agora. Mas é prematuro cravar qualquer coisa neste momento — acrescentou.
Robson Cunha, advogado da artista, afirmou que irá à Justiça e pediu para que as pessoas não compartilhem o conteúdo na internet. Segundo a equipe de Marília, ele já está em contato com as autoridades e tomará as devidas medidas para punir os responsáveis.